Instituído pelo Ministério da Saúde (MS), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a data de 26 de junho é celebrada como o Dia Nacional do Diabetes e tem como objetivo promover a conscientização sobre a doença que, segundo a Federação Internacional do Diabetes (IDF), atinge cerca de 15 milhões de brasileiros atualmente.
O SUS Contagem oferece o acompanhamento de pacientes com diabetes em toda a rede de saúde: atenção primária, especializada e de urgência e emergência. Na atenção primária, os usuários são atendidos por meio de consultas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de referência e pelas equipes multidisciplinares, que contam com médicos, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, educadores físicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e fisioterapeutas. As equipes são responsáveis por atendimentos individuais e atividades em grupo focadas na educação sobre a doença e práticas que buscam auxiliar o paciente durante o tratamento, como auriculoterapia e lian gong que podem auxiliar na manutenção do peso corporal, controle da ansiedade e regulação do apetite.
As farmácias distritais do município fornecem medicamentos orais e injetáveis e demais insumos para pacientes que realizam tratamento por meio de medicação. Na atenção especializada, o Centro de Atendimento Especializado (CAE) Iria Diniz oferece a linha de cuidado de diabetes de alto e muito alto risco, o pré-natal de alto risco, pré-diabético e grupo de crianças com diabetes. Os serviços disponíveis têm como porta de entrada as UBSs, onde os usuários também podem encontrar grupos operativos voltados aos hipertensos e aos diabéticos.
Grupo operativo para diabéticos
Na Atenção Primária, qualquer paciente diabético pode participar do grupo operativo da sua região. No dia 14 de junho ocorreu o encontro de um grupo para diabéticos usuários de insulina no Distrito Sanitário Sede. Com a presença de uma farmacêutica e uma nutricionista, a reunião teve como proposta ouvir os pacientes para entender suas dúvidas e ampliar a discussão para as próximas reuniões.
A farmacêutica da atenção primária, Lorrayne Caroline, é a responsável pelo grupo operativo. Segundo ela, o primeiro encontro dá uma noção geral e ouve as dúvidas dos participantes. “Junto com a nutricionista, convido os pacientes por meio das consultas individuais e, agora, abriremos também para que a equipe caminhe junta. A ideia é que a gente consiga, num atendimento em grupo, trazer soluções e dar os encaminhamentos que precisam sem a necessidade de fazer isso individualmente”, completou.
Durante o encontro, são passadas informações sobre boas práticas para controle de glicose e os pilares para o tratamento do diabetes, além do esclarecimento de dúvidas dos pacientes sobre hábitos alimentares, exercícios físicos, aplicação de insulina e outras questões que serão ampliadas nos próximos encontros. Há também, explicações sobre o funcionamento do organismo com diabetes e das consequências da falta de tratamento, com o compartilhamento de experiências dos presentes sobre as dificuldades em lidar com a doença diariamente que, segundo a farmacêutica Lorrayne Caroline, “enriquece o momento”.
Antônio de Almeida, 65, começou o tratamento com seriedade há dois meses e destacou que “o acompanhamento com o grupo operativo e a equipe multidisciplinar é importante para contribuir com o entendimento da doença e do tratamento diário”.
Márcia Pereira, 63, esposa de Antônio, o acompanhou durante a reunião. Para ela, esse tipo de acompanhamento é necessário para esclarecer confusões que surgem no cotidiano, principalmente, para ela que convive e auxilia o marido no tratamento da doença, além de ajudar nos próprios cuidados, já que é pré-diabética.
Sebastião de Souza Lima, 67, lida com o diabetes há 15 anos e confessou, durante a reunião, que ainda adota hábitos não recomendados para quem convive com a doença. Entretanto, destacou que acompanhar o grupo é ideal para ajudar no tratamento. “Eu acho bom, porque a gente pega mais experiência. Apesar de ser difícil o controle do diabetes, tudo que a gente aprende para mais não é perdido”, disse.
O que é diabetes?
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Diabetes mellitus é uma doença causada pela insuficiência do hormônio da insulina no corpo, seja pela baixa produção ou má absorção dela. Sua função é quebrar as moléculas de glicose no sangue e gerar energia para o organismo, trabalhando na manutenção das células. Portanto, a baixa quantidade de insulina no corpo pode causar aumento da concentração de glicose no sangue e trazer consequência para diferentes partes do corpo, como olhos, coração, artérias, rins e nervos. Caso o diabetes não seja tratada, em casos mais sérios a doença pode levar ao óbito.
Apesar de existir tratamento para controle da doença, a melhor forma de evitar o diabetes é por meio da prevenção. Evitar o consumo de álcool, cigarro, entre outras drogas e manter hábitos saudáveis com atividades físicas regulares e alimentação saudável é essencial para evitar não só o diabetes, mas também outras doenças crônicas.
Quais os tipos de diabetes?
O diabetes mellitus possui diversos tipos com diferentes sintomas. Caso identifique sintomas, procure urgentemente um atendimento médico especializado.
Tipo 1
Segundo o Ministério da Saúde (MS), o diabetes tipo 1 é uma doença crônica hereditária, não transmissível e de causa desconhecida. Geralmente, esse tipo se manifesta na infância ou adolescência, mas adultos também podem ser diagnosticados. Cerca de 5% a 10% dos diabéticos do país possuem esse tipo.
O tratamento, por sua vez, é feito por meio do uso diário de insulina e/ou outros medicamentos que ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue. Confira os sintomas:
Fome frequente;
Sede constante;
Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
Perda de peso;
Fraqueza;
Fadiga;
Mudanças de humor;
Náusea e vômito.
Tipo 2
O tipo 2 de diabetes está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares. Ele acontece quando a insulina produzida não é adequadamente aproveitada pelo organismo. Do total de diabéticos no Brasil, cerca de 90% possuem esse tipo.
Em fase mais grave, o tipo 2 pode vir a se tornar Diabetes Latente Autoimune do Adulto (Lada). O agravante atinge basicamente adultos e se trata do desenvolvimento de um processo autoimune do organismo que, consequentemente, ataca as células do pâncreas. Confira os sintomas do diabetes tipo 2:
Fome frequente;
Sede constante;
Formigamento nos pés e mãos;
Vontade de urinar diversas vezes;
Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
Feridas que demoram para cicatrizar;
Visão embaçada.
Pré-diabetes
Mais comum em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios, esse estado indica que o nível de glicose no sangue está acima do normal, mas não o suficiente para ser considerado diabetes dos tipos 1 ou 2. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a condição de pré-diabetes pode ser revertida desde que seja feita a prevenção, todavia, 50% dos pacientes diagnosticados, desenvolvem a doença.
Diabetes gestacional
Afeta entre 2% e 4% das gestantes devido ao índice de açúcar no sangue mais alto que o normal. Esse tipo de diabetes acontece temporariamente durante a gravidez, mas caso não seja devidamente tratado pode gerar complicações na gravidez e no parto, além de ser responsável por um possível desenvolvimento posterior de diabetes na mãe e no bebê. Portanto, o exame de diabetes deve ser realizado regularmente pela gestante durante o pré-natal.
Fatores de risco para diabetes
Segundo o Ministério da Saúde (MS), além de fatores genéticos e a falta de hábitos saudáveis, outros fatores podem ajudar no desenvolvimento do diabetes:
Diagnóstico de pré-diabetes;
Pressão alta;
Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;
Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;
Doenças renais crônicas;
Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;
Diabetes gestacional;
Síndrome de ovários policísticos;
Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos - esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
Apneia do sono;
Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.